A HISTÓRIA DO PROJETO NIMBUS
O Projeto de Extensão “A Estação Meteorológica como ferramenta para Ensino, Pesquisa e Extensão”, nomeado posteriormente como “Projeto Nimbus” (nome social), surgiu em 2020 com o objetivo promover visitas na Estação Meteorológica de Curitiba e fortalecer as relações de cooperação entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), valendo-se da oportuna localização das instalações da Estação Meteorológica do INMET no campus Centro Politécnico da UFPR, da cooperação técnica e das congruências técnico-científicas entre ambas as instituições. Ainda, procura oferecer aos estudantes da universidade a oportunidade de participação em atividades extensionistas relacionadas à Climatologia tendo como foco a educação climática e ambiental.
No entanto, logo após início oficial do Projeto Nimbus no ano de 2020, a proposta preliminar teve que ser rediscutida devido às medidas de isolamento social desencadeadas pela evolução da pandemia de Covid-19, que afetou de forma abrupta as atividades presenciais no biênio 2020-2021 na UFPR e em todo o planeta. Na impossibilidade de atrair e realizar excursões presenciais na Estação Meteorológica e no Laboratório de Climatologia da UFPR, passou-se a desenvolver atividades de planejamento, produção de jogos didático-pedagógicos e interação com a comunidade de maneira remota em ambiente virtual (Gonzatto et al., 2020; 2021), como por exemplo através das redes sociais (Fontão et al., 2023). Ao repensar a proposta durante os dois anos de atividade do Projeto de Extensão, entre 2020 e 2021, foram produzidos jogos, oficinas de instrumentos meteorológicos caseiros e novas ideias bastante focadas no Ensino do Clima.
Nesse mesmo período, foi possível refletir sobre os objetivos da proposta e notar que, durante e após as medidas de isolamento social da pandemia e com a crise econômica e social desencadeada, havia uma grande dificuldade de atrair a comunidade externa para o campus Centro Politécnico da UFPR, principalmente alunos de escolas públicas de Curitiba e Região Metropolitana localizadas em pontos mais distantes do bairro do Jardim das Américas. Em específico, locais de maior vulnerabilidade e/ou com maior percentual de população de baixa renda. Dessa forma, surgiu uma nova demanda: ir até essas escolas e colégios, e levar o conhecimento produzido na universidade até a sala de aula. E é justamente visando atender essa demanda que, desde 2022, surgiram os projetos vinculados ao Programa Licenciar, que busca dar sequência a este objetivo fora dos limites da universidade.
Ao longo dos primeiros quatro anos de Projeto de Extensão, o Nimbus registrou um total de 28 discentes (bolsistas ou voluntários) que participaram da equipe. No caso do Programa Licenciar, no ano de 2022 contou com 2 docentes e 8 discentes, e no ano de 2023 foram 2 docentes e 12 discentes, o que mostra crescimento da equipe em relação ao ano anterior. Por exemplo, somente ano de 2023, foram visitadas 4 instituições diferentes beneficiando cerca de 180 estudantes do ensino básico, além de participação em trabalhos de campo, feiras, colaborações com projetos da Prefeitura de Curitiba-PR e Mato Rico-PR, e participação em eventos científicos, conforme foi detalhado em seu relatório de atividades. É importante ressaltar que todas as informações relatadas constam nos Relatórios Finais ou Anuais, além de publicações de produtos de pesquisa (Fontão et al., 2023).
Ainda, considerando a Resolução Nº 86/2020-CEPE e a creditação das Atividades Curriculares de Extensão (ACEs) nos currículos de graduação da UFPR, tal proposta procura oferecer aos estudantes da universidade a oportunidade de participação em atividades extensionistas relacionadas ao ensino de Geografia e Climatologia e na produção de materiais didáticos voltados ao ensino básico e superior. Dessa forma, ao levar conteúdos e atividades práticas no âmbito da Climatologia aos alunos do ensino básico de Curitiba e Região Metropolitana, o projeto vem contribuindo para promover efetivamente a extensão universitária e o caráter público das instituições envolvidas, por meio das ações prestadas à serviço da sociedade e do seu desenvolvimento.
FONTÃO, P. A. B.; RIVABEM, M. E.; BAUER, N. C.; GONÇALVES, B. H. Projeto Nimbus: as visitas na Estação Meteorológica de Curitiba no triênio de 2020 a 2022. In: XV Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica – XV SBCG, 2023, Guarapuava – PR. Anais do XV Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica. Guarapuava – PR: UNICENTRO / ABClima, 2023. v. 1. p. 2411-2421. https://anaisxvsbcg.wixsite.com/anais
GONZATTO, G.; SILVA, M. B.; KLEIN, M. V.; SILVA, A. N.; CAIKOSKI, P. S. A Estação Meteorológica como ferramenta para ensino, pesquisa e extensão: atividades e jogos didático-pedagógicos produzidos durante a pandemia. In: 38º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul – SEURS, 2020, Londrina-PR (online). Extensão Universitária: caminhos para inovação e desenvolvimento social. Londrina-PR: UEL, 2020. p. 84-87. http://www.uel.br/proex/seurs/
GONZATTO, G.; SILVA, M. B.; CAIKOSKI, P. S.; FILIPPO, G. B. Proposta de Oficina para Confecção de Instrumentos Meteorológicos Caseiros: Atividade Lúdico-Pedagógica. In: XIV Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica, 2021 (online). Anais do XIV Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica. João Pessoa – PB: UFPB / ABClima, 2021.
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A ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE CURITIBA
Inaugurado em 1961, o campus Centro Politécnico surgiu durante o período de expansão e consolidação da Universidade Federal do Paraná, logo após sua federalização no final da década de 1940 e início de 1950. O espaço foi doado pela prefeitura da capital paranaense no bairro Jardim das Américas, onde permanece até os dias atuais.
Com isso, a Estação Meteorológica de Curitiba, que funcionava desde as primeiras observações realizadas na capital desde o ano de 1884 até 1970 no Observatório de Capanema, a 2,5 quilômetros do centro da capital, foi deslocada para o recém-inaugurado campus Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná, onde encontra-se atualmente sob responsabilidade do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Este, por sua vez, foi instituído através de um decreto do presidente Nilo Peçanha, em 18 de novembro de 1909, passando por diversas denominações até chegar a Instituto Nacional de Meteorologia. O INMET atualmente, sendo um órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com sede em Brasília, tem como atividade principal o monitoramento, a análise e previsão do tempo e clima e fornecer as informações coletadas para colaborar construtivamente no processo de tomada de decisões em diversas áreas de estudo, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país.
E por fim, o Laboratório de Climatologia (LABOCLIMA), pertencente ao departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná, vem desde 1990 desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa e extensão relacionados à interação clima e atividades humanas.