O relatório de gestão de 2018 da Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças (Proplan) aponta que a Universidade Federal do Paraná (UFPR) conseguiu investir mais nas atividades-fim da instituição – ensino, pesquisa e extensão – devido à otimização e ao planejamento do orçamento.

Mesmo em um momento de crise econômica, a UFPR manteve seus compromissos e destinou melhor as verbas. Para o pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças, Fernando Mezzadri, realizar mais investimentos nas áreas-fim da universidade é uma forma de melhorar a aplicação do dinheiro.

“Nós conseguimos aumentar o recurso para ensino, pesquisa e extensão. Com esforço, majoramos as ações para pesquisa; designamos recursos para todas as obras que estavam paradas; investimos na manutenção de equipamentos; aumentos o tempo das bolsas de extensão; e o orçamento para assistência estudantil foi melhor aproveitado”, explica Mezzadri.

Essas condutas foram possíveis em consequência de diversas medidas de controle de gastos adotadas pela instituição. Uma das ações foi a redução drástica de imóveis alugados pela universidade. “Não pagamos mais aluguel da sede do Campus de Jandaia do Sul, que era aproximadamente R$1,2 milhões por ano. Fizemos uma parceria com a prefeitura da cidade que possibilitou essa atitude. Também estamos deixando de pagar aluguel da Casa Lilás, da Casa Amarela e da Editora UFPR, remanejando as equipes para imóveis próprios”, afirma o pró-reitor.

Providências que parecem simples também influenciaram muito o gasto total da instituição: campanhas para redução das contas de luz e de água auxiliaram a contenção de custos e reduziram 50% do gasto com telefonia. Uma medida relevante foi planejar o início de novas obras. Assim, não há custo de projetos e esse dinheiro pode ser destinado a obras iniciadas anteriormente. “Não investimos em projetos que não tenham viabilidade para efetivar a obra”, diz Mezzadri.

Além disso, a universidade evitou realizar contratos emergenciais, modalidade que encarece de 20 a 30% o valor do contrato. “Isso reflete um melhor e mais eficaz planejamento, possibilitando licitar obras e serviços da forma usual”, conta o pró-reitor.

O relatório, que tem como base o ano de 2018, faz uma análise do desempenho orçamentário desde 2014 e demonstra que o repasse de recursos provenientes do Governo Federal foi 30% menor em 2018 que em 2014, sem considerar a inflação e o aumento dos custos de contratos. Para 2019, já está previsto um contingenciamento de mais 20% nestes recursos, o que vai exigir uma adequação à realidade institucional.

Um planejamento mais eficiente do orçamento permitiu melhor aproveitamento dos recursos repassados, o que resultou na devolução de menos dinheiro ao Governo Federal. Por lei, verbas previstas no orçamento não utilizadas devem ser devolvidas ao Executivo e podem ter outro destino que não, necessariamente, a educação.

No comparativo apresentado pela Proplan, em 2014 a universidade deixou de utilizar 25 a 30% de seu orçamento – quase 50 milhões de reais. Já em 2018, apenas 0,07% dos recursos não foram utilizados, o correspondente a 69 mil reais. Ou seja, o orçamento está sendo executado conforme planejado.

“Desde 2017 estamos com um planejamento muito consistente das nossas ações. Todos os gastos são planejados dentro das prioridades da gestão e dos setores. Como resultado, temos conseguido empenhar com muita eficiência todo o nosso orçamento”, revela Mezzadri.

O pró-reitor salienta que essas medidas têm sido concretizadas com total transparência, princípio que é essência da governança. “As decisões tomadas são relatadas aos conselhos e aos diretores. Essa nova forma de agir é um esforço coletivo não só da Proplan, mas de todo o conjunto da universidade”, finaliza.