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Prefeitura de Tibagi vai usar estudo da Geografia para resolver problemas da cidade

Amanda Iargas     5 de julho de 2011 - 14h28

Alunos do curso de Geografia da UFPR realizaram um diagnóstico socioambiental em Tibagi, na bacia hidrográfica do Rio São Domingos. O estudo foi apresentado à população nesse sábado, 02 de julho, no Teatro Municipal de Tibagi. Os resultados compreendem áreas e situações de sensibilidade ambiental e serão utilizados pela prefeitura para identificar e resolver problemas.

Alunos da disciplina Tópicos Especiais em Geoprocessamento
apresentaram estudo para a comunidade

O professor Eduardo Vedor de Paula, 29, que orientou a pesquisa dentro da disciplina de Tópicos Especiais em Geoprocessamento, destacou que o diagnóstico delimitou os solos hidromórficos na porção norte da bacia, os quais constituem áreas de elevada sensibilidade ambiental, principalmente no que se refere aos riscos de contaminação do lençol freático. O mapa de uso do solo da bacia foi atualizado, sendo que as Áreas de Preservação Permanentes (APPs), conforme Código Florestal em vigor, também foram delimitadas.

Do cruzamento destas informações, “identificou-se que cerca de 60% das APPs de entorno de nascentes encontram-se degradas, e que 85% das APPs de topo de morro são ocupadas por agricultura” afirmou Vedor. O diagnóstico avalia ainda a situação das redes de abastecimento de água e coleta de esgoto, destinação do lixo doméstico e óleo de cozinha, conforme classes sociais.

O professor Eduardo Vedor de Paula ressaltou os problemas encontrados na Bacia do Rio São Domingos

Para a aluna Ana Paula Mikosik, 22 anos, os resultados mais significativos foram a caracterização climática, geomorfológica, geológica, pedológica (referente ao solo) e hidrológica da bacia. “Acreditamos que ao oferecer as análises, essas podem subsidiar a tomada de decisões em forma de políticas públicas”, apontou Ana.

O prefeito de Tibagi, Sinval Silva, 53 anos,  confirmou que “os dados apresentados serão utilizados pelas diversas secretarias do governo do município para a definição de estratégias que solucionem os problemas identificados”. Na opinião de Silva, que disponibilizou técnicos da Prefeitura para auxiliar nas pesquisas, o trabalho trouxe mais resultados do que o esperado, extrapolou a Secretaria do Meio Ambiente, envolvida diretamente com a pesquisa, e mostrou fragilidades da área da saúde e infraestrutura.

Silval Silva, prefeito de Tibagi, afirmou
que vai usar o estudo para resolver os problemas da cidade

Os alunos participaram no decorrer da disciplina de diversas reuniões de trabalho, uma atividade de campo, que ocorreu entre os dias 20 e 22 de maio, na qual eles aplicaram questionários, com metodologia para identificação de problemas e conflitos socioambientais. Os dados foram organizados em um relatório final e compuseram o WebSIG da bacia do São Domingos, no qual foram integrados todos os dados cartográficos levantados no âmbito do estudo, apresentados em uma audiência pública. Além disso, os alunos foram orientados a obter registro junto ao conselho de classe que regulamenta a profissão do geógrafo, para que pudessem assumir responsabilidade técnica sobre o estudo. Assim, “a disciplina serviu como um laboratório com sistemática de trabalho muito próxima às que encontrarão no mercado de trabalho”, disse Vedor.

O aluno José Renato da Silva, 53, considerou a disciplina de extrema importância para a formação profissional. “É uma disciplina muito atual, moderna. O geoprocessamento é hoje um dos alicerces da geografia”. Ele parabenizou o professor por ter aplicado a disciplina de forma prática, “nós fomos para o campo e isso me incentivou a querer aprender mais. A apresentação para a comunidade foi outra aula, pudemos ver o geoprocessamento sendo aplicado”.

José Renato ressaltou que a parceria entre a Prefeitura de Tibagi e a UFPR foi enriquecedora para ambas. “O prefeito deixou claro que os municípios não tem verba para desenvolver estudos mais aprofundados e nós entramos em contato com o pensamento da população, com uma situação real e com novas ferramentas de trabalho”, acrescentou. O prefeito lembrou aos universitários que criar empresas que prestem este tipo de serviço é um nicho de mercado, ainda mais com o acesso a sistemas como o WebSIG que proporcionam informação gratuita.

 

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