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Previsões feitas em artigo de professores da UFPR sobre erosão na Ilha do Cardoso devem se tornar realidade até 2018

Adriane Rado     5 de julho de 2017 - 10h24

As previsões feitas em 2009 por um grupo de dois professores e pesquisadores do Departamento de Geologia da UFPR e por um aluno do Programa Pós-Graduação em Geologia sobre a erosão que afeta a Ilha do Cardoso, na divisa entre o Paraná e São Paulo, devem se tornar realidade até 2018.

No artigo escrito para a revista científica “Quaternary and Environmental Geosciences”, os professores-doutores Rodolfo José Angulo, Maria Cristina de Souza e o mestre Marcelo Eduardo Müller previram que a erosão provocará o desaparecimento da faixa de areia que separa o Mar do Ararapira do Oceano Atlântico. Para se ter uma ideia do avanço do fenômeno, a largura da faixa de areia passou de 80 metros para os atuais dois metros.

Prejuízos à comunidade

Com isso, haverá o surgimento de uma nova barra na região a aproximadamente 6 km da atual, que sofrerá forte assoreamento. No futuro, isso vai gerar uma ligação com a Ilha de Superagüi (no Litoral do Paraná). Estas mudanças afetarão as comunidades que vivem nas proximidades da Barra do Ararapira, de Pontal do Leste e da Enseada da Baleia e mudarão tanto a configuração da divisa entre o Paraná e São Paulo quanto o fluxo das correntes costeiras existentes na região.

O grupo monitora o processo de erosão na Ilha do Cardoso desde 2001. É um processo que ocorre há cerca de 60 anos. O artigo que revela os detalhes do estudo só foi veiculado em 2009 porque os professores consideraram relevante divulgar o fenômeno, que se tornou crítico após as fortes ressacas que atingiram o Litoral Sul de São Paulo, em 2016, onde fica a Ilha do Cardoso.

“Os pescadores da Vila da Barra do Ararapira vão ter que sair para o mar por outro lugar, mais longe. E isso também deverá mudar a ecologia do estuário, porque, em vez das correntes fortes que existem agora, haverá águas mais calmas e sedimentação”, explica o professor Rodolfo José Angulo. O Parque Nacional do Superagüi e o Parque Estadual da Ilha do Cardoso são unidades de conservação.

Parque do Superagüi

O Parque Nacional de Superagüi tem cerca de 34.000 hectares, foi criado em 1989 e inclui a Ilha de Superagüi, a Ilha das Peças, a Ilha de Pinheiro, a Ilha do Pinheirinho, o Vale do Rio dos Patos (no continente) e o Canal do Varadouro (que separa a Ilha do Superagüi das terras continentais).

Em 1991, foi declarado Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em dezembro de 1999, também foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade, ainda pela Unesco. Possui
baías, praias desertas, restingas, manguezais e abundantes formações de Floresta Atlântica.

Abriga, finalmente, importantes espécies animais, algumas delas raras ou ameaçadas de extinção, como o papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha) e o papagaio-da-cara-roxa (Amazona brasiliensis), o mico-leão-da-cara-preta (Leontopithecus caissara) e o jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris).

Parque da Ilha do Cardoso

Já o Parque Estadual Ilha do Cardoso foi criado em 1962. Localizado no extremo Sul do Litoral de São Paulo, preserva uma grande diversidade de aspectos de vegetação da Mata Atlântica. Inclui desde manguezais e restingas até uma densa floresta ombrófila (tropical). Mas sua importância vai além. O parque é um importante centro de pesquisas científicas, contendo mais de 13.500 hectares de área de preservação. Sua fauna também é rica. O local é o habitat de espécies raras na região, como o papagaio-de-cara-roxa e o jacaré-do-papo-amarelo.

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